Conservatória - A Capital da Seresta
A cerca de duas horas e meia do centro do Rio de Janeiro, com uma população menor que 5.000 habitantes, Conservatória é um desses lugares mágicos, onde quem visita viaja no tempo para um passado cheio de saudades e boas lembranças que se confundem com a vida real do século XXI.
Conservatória é um distrito da cidade de Valença, e, como toda a região, cresceu muito durante o período das plantações de café dos séculos XVIII e XIX. Para quem chega em Conservatória é fácil perceber que parece que o tempo anda em um ritmo diferente, tem a sua própria cadência, é fácil se sentir apaixonado à primeira vista por esse lugar, seu casario conservado, a Maria Fumaça em destaque na praça principal e a música sempre presente.
Uma das coisas que mais encantam é justamente o amor à música que emana de todos os lugares, em especial nos museus homenageando grandes nomes da música brasileira como Vicente Celestino "A voz orgulho do Brasil" autor do clássico "luar do Sertão e "O Ébrio", Silvio Caldas autor de "Céu de Estrelas", Guilherme de Brito autor de "Folhas Secas" e Nelson Gonçalves interprete de músicas inesquecíveis como "Naquela Mesa", "A Volta do Boêmio" (sua obra prima) e "Negue". Desse amor veio o apelido de "Capital da seresta", já que todo o final de semana ocorrem serestas e serenatas nas praças, fazendas e casas de Conservatória.
O crescimento de toda a região se deu durante o período cafeeiro, e alguns dos lugares mais charmosos do distrito vem justamente desse período
Um exemplo é o túnel ferroviário Maria Komaid Nossar inaugurado em 1883 com a presença da Família Imperial, apelidado de "Túnel que Chora" devido água que mina das suas paredes e teto. O túnel tem 95 metros de extensão e 5 de altura e o piso é em estilo pé de moleque.
A antiga locomotiva de 1910 que transportava carga e passageiros entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, e parava na estação ferroviária do distrito, que hoje é a estação rodoviária.
Encontramos ainda a Ponte dos Arcos, uma parte do caminho férreo, hoje desativado que ligava o distrito tanto às cidades mineiras, quanto à capital fluminense.
A Fazenda Florença é uma das muitas que existiram na região, mas se destaca por ter pertencido a uma importante família portuguesa de cafeicultores. Chama a atenção nessa fazenda de 1852 o formato de "U" da sede da casa e seu lindo alpendre (espécie de varanda) que dá acesso à entrada, inspirado na arquitetura italiana.
A Igreja matriz de Santo Antônio, foi erguida em 1868, mas curiosamente é considerada inacabada já que não possui as torres previstas no projeto original, é um belo exemplar do barroco tardio com muitos elementos neoclássicos. Outra curiosidade são suas paredes com cerca de 1,60m de espessura e o abacaxi que serve de adorno e suporte ao lustre da igreja.
Logo na entrada da cidade há uma cachoeira em um lugar chamado Balneário Municipal João Barroso, mas todos chamam de Cachoeira da Índia devido à escultura do ser marinho mitológico que está nas suas pedras.
Um dos cartões postais do distrito é o Mirante da Serra da Beleza e seu mar de morros de onde se pode avistar até o território de Minas Gerais, simplesmente encantador! E isso sem falar que é um dos pontos favoritos dos ufólogos para avistar OVNIs...
Não perca a oportunidade de visitar esse recanto encantado do Rio de Janeiro, verifique na nossa agenda qual a próxima data de visita à Capital da Seresta, Conservatória te espera para uma serenata inesquecível
Até semana que vem!
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